29/05/2020 às 15h43min - Atualizada em 29/05/2020 às 15h43min

Com situação financeira complicada, Montenegro compara Botafogo à uma "Ferrari no pântano"

Carlos Augusto Montenegro discursa em assembleia sobre clube-empresa — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Durante uma entrevista concedida ao canal do youtube "Hubstage" nesta sexta-feira (29), o membro do Comitê Executivo do Futebol, Carlos Augusto Montenegro comparou o Botafogo à uma "Ferrari no pântano".

"É como se tivéssemos uma Ferrari, a marca do Botafogo hoje no futebol brasileiro, um clube com uma história riquíssima, que mais cedeu jogadores à seleção brasileira, o clube de Mané Garrincha, uma Ferrari atolada num pântano. Não conseguimos pagar uma dívida de 1 bilhão de reais com 6, 7 milhões que às vezes sobram do custeio anual, isso é impagável. Se fosse uma outra empresa já teria fechado as portas."

Carlos participou da live sobre recuperação judicial dos clubes de futebol e disse que esse não é o caminho pretendido pelo clube alvinegro, que já está avançando no projeto da Botafogo S/A. No entanto, o ex-presidente revelou interesse de investidores da Argentina.

"A gente resolveu procurar investidores para puxar através de um cabo essa Ferrari do pântano. Depois de tirar a Ferrari do pântano, vem outra fase. Nós estamos avançados, até da Argentina estão chegando propostas de pessoas, por exemplo, que têm empresas voltadas para a área de petróleo, que recebem em dólar e, de repente, o Brasil ficou barato para quem quer investir em dólar. "

Recuperação financeira 

Montenegro defendeu a transformação do clube em empresa como único caminho para a recuperação financeira e sobrevivência do Botafogo.

"Se ninguém quiser (investir no clube-empresa), vamos para a recuperação judicial. Mas não é esse nosso plano. Já temos conversado com muita gente, não estamos encontrando obstáculos. Só verifico a sobrevivência do Botafogo com investidores novos entrando e, mais que isso, com uma mentalidade nova. Se o Botafogo amanhã vendesse jogadores e pagasse toda a dívida, por exemplo, eu continuaria querendo muito ser clube-empresa para não voltar a passar por isso e não depender de pessoas."

" Ora você pode ter pessoas boas, bem intencionadas, profissionais e ora você pode ter amadores, como eu. O futebol é um negócio que movimenta milhões e eu não entendo o presidente não ser remunerado. O presidente resolve hoje da compra de papel higiênico à venda de um jogador por milhões, tudo passa por ele. Acredito numa empresa com acionistas cobrando de um comitê gestor tendo que produzir resultados."


 
Débora Costa 


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