26/05/2020 às 14h50min - Atualizada em 26/05/2020 às 14h50min

Ipea: setor agropecuário pode crescer até 2,5% apesar da covid-19

Foto: Arquivo/Agência Brasil
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta crescimento de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário brasileiro. Os resultados considera os efeitos da pandemia de Covid-19.

Segundo a Carta de Conjuntura, divulgada nesta terça-feira (26) pelo orgão, o crescimento tem como base a previsão de safra anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE). De acordo com o Ipea, caso se considere a safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento deve ser de 2,3%.

O levantamento do instituto vai além do cenário base e, projetando um eventual cenário de estresse, no qual parte da produção seja afetada por eventos relacionados ao coronavírus, chegou a um resultado em que o desempenho é positivo, mas com um crescimento menor, de 1,3% para 2020. De acordo com o Ipea, esse crescimento seria sustentado principalmente pela lavoura.

De acordo com o economista e pesquisador do Ipea, Fábio Servo, foi possível observar que o distanciamento social decorrente da pandemia resultou em mudança nos padrões de consumo da população, resultando em “picos de demanda” que impulsionaram os preços de produtos como arroz, banana, café e ovos. “Verificamos queda nos food services e preferência por cortes de carne menos nobres. Ainda assim, a produção da lavoura sustentou o resultado positivo do setor agropecuário”, afirmou o pesquisador.

Com relação às exportações, os produtos agropecuários registraram aumento de 7% entre janeiro e abril de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado. Comparando os quatro primeiros meses deste ano com 2019, o levantamento mostra que as exportações de carne bovina cresceram "fortemente" e atingiram 26,5%.

Já as importações de produtos agroindustriais registraram queda de 5,5% entre janeiro e abril de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. O Ipea, no entanto, lembra que o valor das importações brasileiras desses produtos (agroindustriais) é “muito inferior ao das exportações”, e que, por isso, o impacto na balança comercial do agronegócio é pequeno.

Vitória Borges


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