17/05/2020 às 20h25min - Atualizada em 17/05/2020 às 20h25min

Após revelações sobre clã Bolsonaro, empresário pede proteção policial

O empresário Paulo Marinho, que ajudou a coordenar a campanha de Jair Bolsonaro à Presidência Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo

 

O empresário Paulo Marinho, ex-aliado de Jair Bolsonaro, disse neste domingo que solicitou proteção policial ao governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), após observar a repercussão da entrevista que concedeu ao jornal "Folha de S.Paulo" a respeito da suposta interferência do presidente na Polícia Federal (PF). A informação foi adiantada pelo blog do jornalista Lauro Jardim. Pré-candidato a prefeito do Rio, Marinho diz ter sido atendido "após criteriosa análise das autoridades envolvidas".

À "Folha", o empresário relatou que o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, soube com antecedência de uma operação da PF que tinha seu ex-chefe de segurança, Fabrício Queiroz, como um dos alvos. Ainda segundo Marinho, a ação teria sido postergada pela corporação para não prejudicar a campanha eleitoral de Bolsonaro à Presidência em 2018.

Em uma sequência de mensagens publicadas no Twitter, Marinho afirmou que resolveu tratar publicamente sobre o caso após acompanhar as declarações de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, sobre a suposta tentativa de Bolsonaro de interferir na PF. De acordo com Moro, o foco das intenções do presidente seria a superintendência da corporação no Rio — a mesma de onde teria partido o aviso a respeito da operação envolvendo Queiroz.

"Agradeço as manifestações de apoio que tenho recebido neste momento em que, após as denúncias do Min. Sérgio Moro, considerei a necessidade de dar publicidade às informações que podem colaborar com as investigações sobre a tentativa de interferência na PF", escreveu o empresário na primeira mensagem.

Em seguida, Marinho tratou especificamente sobre o pedido por proteção policial, estendido a seus familiares.

"Em função de novas circunstâncias surgidas nas últimas horas, solicitei ao governador do RJ proteção policial à minha família e, após criteriosa análise das autoridades envolvidas, fomos atendidos. Seguiremos firmes lutando pela verdade e pelo Brasil. Obrigado", finalizou o empresário.

Em nota divulgada após a veiculação da reportagem pela "Folha", Flávio disse que a declaração do ex-aliado é "invenção de alguém desesperado e sem votos" e que Marinho tem interesse em prejudicá-lo porque é seu substituto no Senado.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou neste domingo que vai analisar a denúncia de que o senador foi avisado com antecedência sobre a operação. Com O Globo


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