26/03/2020 às 15h34min - Atualizada em 26/03/2020 às 15h34min

Médico propõe 'desconfinamento gradual' da população com testes em massa do civd-19

 

Em artigo, o oncologista e pós-doutor em genética André Marcio Murad propõe um “desconfinamento gradual e seletivo” da população de baixo risco (com menos de 60 anos e sem comorbidades, como hipertensão, diabetes, doenças respiratórias, etc.) com base numa testagem em massa do novo coronavírus.

Ele diz que muitas pessoas infectadas sequer sabem disso por não apresentarem sintomas e que logo vão desenvolver a imunidade com seus próprios anticorpos.

Os testes rápidos — já foram obtidos 8 milhões pelo Ministério da Saúde — poderiam identificar essas pessoas e as liberarem para o trabalho, uma vez que elas estão curadas e também não transmitem mais o vírus.

Murad considera o número de testes rápidos no Brasil ainda baixo, pois entende que deve ser testada toda a população de baixo risco apta a trabalhar.

“Alguém pode me esclarecer por favor qual o benefício de se manter uma pessoa saudável em quarentena sendo que ela já apresenta sorologia compatível com imunidade ao vírus?”, questiona o médico.

Ele sugere a aplicação desses testes rápidos principalmente em médicos, para-médicos, policiais, bombeiros e trabalhadores de serviços essenciais. Quanto ao resto da população, a orientação seria para manter os cuidados de distanciamento das demais pessoas.

“Eventualmente, confinamentos futuros poderiam ser determinados dependendo da curva de crescimento da doença. Com os testes rápidos que são sorológicos e quantitativos, poderemos liberar os que já desenvolveram níveis elevados de IgG, e portanto uma suposta imunidade. Do contrário, a morte da economia e de toda a sua engrenagem e cadeia produtivas será muito mais devastadora e deletéria, pois teremos uma carnificina dupla: pela pandemia e pela miséria!”, alerta.

“A desobediência civil, os saques, os levantes e o caos social se avizinham! Lembrem-se que estamos em um país com graves deficiências econômicas e sociais, ou seja, somos os pacientes mais fragilizados para tratamentos agressivos. Seguindo a minha analogia, somos uma economia muito debilitada para receber o tratamento pelo qual se optou: extremamente tóxico, em doses elevadíssimas e administrado por um período de tempo excessivamente longo, o que está claramente debilitando e condenando o paciente ao óbito — no caso — nosso Brasil!”


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