30/01/2020 às 11h43min - Atualizada em 30/01/2020 às 11h43min

Morre em hospital uma das gêmeas que dormiam há mais de seis meses

G1
A bebê Ana Júlia morreu de insuficiência pulmonar em Redenção, no sudeste do Pará. Ela era uma das gêmeas que apresentaram problema de saúde que impediu as duas de reagir desde o dia do nascimento. O caso repercutiu nacionalmente e continua sem diagnóstico médico.

A morte de Ana Júlia foi no último domingo (26) e confirmada nesta terça pela mãe das crianças. A outra gêmea, Ana Sofia, permanece internada no Hospital Regional de Redenção. Ela tem estado de saúde grave e respira com a ajuda de aparelhos.

O caso raro das gêmeas deixou profissionais de saúde intrigados. Há cerca de sete meses, ambas não esboçam reação. O quadro é classificado pelos médicos como “comatoso”, quando o paciente tem apenas reflexos primitivos e está em sono profundo.

O hospital onde as duas foram internadas ainda não conseguiu chegar a um diagnóstico, mas especula que as pacientes têm um caso raro de “erro inato do metabolismo”. A alimentação delas é feita por sonda gástrica.

Exames extras foram realizados, após a repercussão do caso. Segundo o Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA), as amostras foram encaminhadas a um laboratório especializado em São Paulo.

Mãe à espera de respostas
A mãe, Luana Tintiliano da Silva, sempre acompanhou as filhas no hospital à espera de um diagnóstico. Durante a gestação, ela passou por uma cirurgia de apêndice quando estava grávida de três meses, além de ter sido diagnosticada com miomas no útero. Os médicos descartaram qualquer relação da cirurgia que ela passou durante a gravidez com o quadro atual das crianças.

Mesmo após o parto, Luana disse que não dormia regularmente. Ela disse que ficava em uma cadeira reclinável, onde passava noites no hospital. Os médicos ainda não explicaram a causa da falta de sono. Ela disse que já chegou a ficar até cinco dias sem dormir.

“Eu tinha miomas no útero e não sabia que estava grávida. Comecei a passar mal e fui para o hospital. Chegando lá descobri que estava grávida de gêmeas. Eu sentia muita dor na barriga e os médicos não entendiam o motivo. Então, decidiram abrir a minha barriga para encontrar a causa. Fui avisada do perigo desse tipo de cirurgia, principalmente porque eu estava grávida e isso nunca tinha sido feito em Redenção”.

Quando a cirurgia foi feita, os médicos constataram a apendicite. “Eu fiquei bem após a cirurgia e até o nascimento das crianças, que nasceram aos oito meses por decisão médica. Quando elas nasceram, as meninas não choraram, e isso assustou os médicos. Elas não se mexiam, não esboçaram nenhuma reação. Tinha uma mulher no laboratório que disse ficou impressionada, não estava entendendo porque elas não se mexiam”, contou Luana.

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