31/12/2019 às 12h34min - Atualizada em 31/12/2019 às 12h34min

Vídeo: Funcionária do TSE morta por vigilante agonizou por meia hora após ser esfaqueada por quase 50 vezes

Metrópoles
Detalhes do laudo cadavérico de Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, chocaram os investigadores da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro). Ela levou 48 tesouradas e facadas do vigilante Alan Fabiano Pinto de Jesus, 45. Vários ferimentos foram sobrepostos e se concentraram na parte cervical posterior da vítima, ou seja, os golpes foram desferidos nas costas, de forma brutal.

O delegado-chefe da 3ª DP, Ricardo Viana, apresentou as conclusões das investigações sobre o crime. A causa da morte foi choque hipovolêmico determinada por objeto cortante e perda de sangue.

Mais de uma semana após o feminicídio, o suspeito confessou ter matado a ex-namorada porque ela não quis reatar o relacionamento. O depoimento prestado ao investigadores ocorreu na segunda-feira (30/12/2019) e durou mais de duas horas.

O vigilante disse que foi conversar com a ex-namorada a fim de reatar o relacionamento. No entanto, ela teria se recusado a ouvir a proposta e tentado tirá-lo da casa. O assassino alegou ainda que Luciana teria pego uma tesoura para atacá-lo e ele “só se defendeu”.

Mas, segundo o delegado, o resultado do laudo é discrepante da versão contada por Alan, pois mostra que ela teria lutado pela vida. “Ela tinha cortes nos antebraços que provam que ela se defendeu”, disse.

De acordo com as investigações, Alan ficou de tocaia no quarto andar do prédio esperando a vítima. “Quando a Luciana chegou e percebeu a presença dele no corredor, tentou bater a porta, mas ele travou com as mãos e forçou a entrada no apartamento”, afirmou.

A polícia acredita que os dois discutiram até o momento em que o vigilante começou a esfaqueá-la com um objeto cortante, possivelmente uma faca, e uma tesoura.

No depoimento, Alan foi frio em dizer aos policiais que após dar as tesouradas ainda permaneceu no apartamento por cerca de 30 minutos vendo a vítima agonizar, gemer e gesticular. “Ele confessou que deixou Luciana ainda com vida quando fechou o apartamento”, contou Viana.

“Ela morreu em razão do choque pela grande perda de sangue. Se ele tivesse fugido do local, mas avisado alguém, Luciana poderia estar viva”, ressaltou o delegado.

O criminoso também confessou que deixou o apartamento de Luciana levando bolsa, telefone celular e objetos pessoais da vítima, além dos objetos cortantes usados para matá-la. Aos policiais, Alan disse ter aproveitado o trajeto até o Riacho Fundo II para jogar tudo pela janela do carro.

Prisão

Alan estava preso desde 24 de dezembro, um dia após o corpo da funcionária terceirizada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter sido encontrado pela filha no apartamento onde Luciana morava, no Sudoeste Econômico. O homem foi localizado no Hospital de Base e, até então, afirmava desconhecer o assassinato da ex-namorada e não se lembrar da razão de estar internado.

Câmeras de segurança registraram a presença do suspeito na escada do prédio onde o crime ocorreu. Ele aparece nas imagens (veja abaixo) munido de um objeto ainda não identificado. De acordo com os investigadores, o corpo da vítima tinha pelo menos “40 marcas de perfuração”.

Dia do crime
Imagens do circuito do Bloco A10 da QRSW 2 mostram que o vigilante chegou no edifício de Luciana às 20h31 do dia 21 de dezembro e abriu a porta com a senha de segurança.

Ele vestia um casaco com capuz. Às 22h32, a vítima chegou. Vinte minutos depois, o vigilante saiu do prédio levando uma bolsa da ex. Os investigadores responsáveis pelo caso acreditam que ele levou o objeto para simular latrocínio (roubo seguido de morte) e evitar suspeitas sobre ele.


Tornozeleira

Alan usava tornozeleira eletrônica até 4 de dezembro. O motivo foi uma tentativa de homicídio contra Luciana. Segundo informações obtidas pelo Metrópoles, o acusado teria provocado um acidente de carro de propósito para ferir a vítima quando ela disse que queria terminar o relacionamento. A tentativa de feminicídio ocorreu em outubro deste ano.

O vigilante a ameaçou de morte e jogou o veículo em que ambos estavam contra uma árvore. Luciana pulou momentos antes da colisão e se feriu.

Na época, o homem, que é morador de Ceilândia, foi preso em flagrante e denunciado por violência doméstica. Ele passou semanas detido, até que a Justiça concedeu liberdade, mediante uso de tornozeleira eletrônica. Em 21 de outubro, foi realizada a audiência de custódia.

Para ser solto, Alan teve que, além de usar tornozeleira, pagar fiança de R$ 2 mil e se comprometer a manter distância de ao menos 500 metros da vítima. Em 4 de dezembro, a Justiça autorizou a retirada do dispositivo.
 

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