16/10/2019 às 15h48min - Atualizada em 16/10/2019 às 15h48min

PF revela que investigados na ‘Operação Famintos’ em Campina Grande tinham grupo de WhatsApp para combinar fraudes

 

Mais um capítulo da ‘Operação Famintos’, que investiga fraudes em licitações e desvio na merenda escolar via uma ‘Orcrim da Merenda’ na gestão do prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues (PSD), revelou hoje (16.10), que os investigados nas fraudes tinham um grupo de WhatsApp que serviria, segundo a PF, para marcar encontros entre os membros. Em um desses encontros seria debatida a ‘divisão’ da merenda escolar entre as empresas que disputavam os processos licitatórios.

 

As informações estão em um relatório de análise feito pela Polícia Federal e já anexado ao processo da ‘Operação Famintos’. Os agentes fizeram uma ‘varredura’ nos aparelhos celulares dos empresários Flávio Souza Maia e Marco Antônio Querino da Silva e descobriram a existência do grupo. De acordo com o documento, o grupo foi criado no dia 13 de dezembro de 2018, às 07h40, por Marco Antônio Querino. Mas o primeiro diálogo captado pelos investigadores tem a data de 19 de fevereiro deste ano.

 

De acordo com o relatório, estavam como membros do grupo do WhatsApp: Flávio Souza Maia, Marco Antônio Querino da Silva, Severino Roberto Maia de Miranda, o vereador Renan Maracajá, Frederico de Brito Lira, Ângelo Felizardo e Azuilo Santana de Araújo Filho, além de uma outra pessoa não identificada pelos policiais. Em um dos diálogos, interceptados pela Polícia Polícia Federal, o empresário Frederico de Brito Lira alerta os membros para a necessidade de apagarem as mensagens postadas. Veja mais: http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/plenopoder/2019/10/16/famintos-empresarios-investigados-por-fraudes-tinham-grupo-de-whatsapp-para-combinar-encontros/

 

Ontem (15), desembargador Rogério Fialho, do Tribunal Regional Federal (TRF5ª), negou o pedido liminar de liberdade feito pela defesa do empresário Marco Antônio Querino da Silva, conhecido como ‘Macarrão’. Ele foi preso preventivamente desde a primeira fase da ‘Operação Famintos’, em julho deste ano. Confira mais: http://blogs.jornaldaparaiba.com.br/plenopoder/2019/10/15/trf-nega-pedido-de-liberdade-de-empresario-que-delatou-esquema-na-famintos/

 

Famintos 1

As investigações foram iniciadas a partir de representação junto ao MPF, relatando a ocorrência de irregularidades em licitações na Prefeitura de Campina Grande (PB) mediante a contratação de empresas “de fachada”. Com o aprofundamento dos trabalhos pelos órgãos, constatou-se que desde 2013 ocorreram contratos sucessivos, que atingiram um montante pago de R$ 25 milhões. Dois secretários municipais (Administração e Educação) foram afastados pela Justiça. Dois secretários municipais de Campina Grande foram afastados dos cargos.

 

A CGU, durante auditoria realizada para avaliar a execução do PNAE no município, detectou um prejuízo de cerca de R$ 2,3 milhões, decorrentes de pagamentos por serviços não prestados ou aquisições de gêneros alimentícios em duplicidade no período de janeiro de 2018 a março de 2019.

 

Famintos 2

A Segunda fase da Operação Famintos teve como foco contratos firmados diretamente entre empresas – que seriam de fachada – e as escolas municipais. São investigados crimes como fraude em licitações, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e de corrupção na aquisição de gêneros alimentícios e merenda escolar. Oito pessoas foram presas. Até agora 16 pessoas já foram denunciadas pelo MPF à Justiça, por envolvimento no suposto ‘esquema’.

 

Processo nº 0802629-06.2019.4.05.8201

Íntegra da denúncia

http://www.mpf.mp.br/pb/sala-de-imprensa/docs/denuncia-operacao-famintos/view

 

Redação com Jornal da Paraíba


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