29/06/2019 às 09h22min - Atualizada em 29/06/2019 às 09h22min

REALIDADE: Milionários adoram um brechó e estão morando de aluguel. Pasme!

Valor Investe
Bolsas, roupas e sapatos de estilistas famosos estão entre os itens mais procurados — Foto: Unsplash
Não é só porque alguém é muito rico que vai sair por aí desperdiçando dinheiro. Os milionários e bilionários do mundo também recorrem ao que a classe média considera “pobrice” (coisa de pobre). Eles não saem comprando tudo sem pensar, só por impulso.

O estudo de consumo de luxo da Boston Consulting Group, “BCG-Altagamma True-Luxury Global Consumer Insight 2019” aponta que a compra e venda de produtos de luxo de segunda mão entre milionários e bilionários cresce 12% ao ano. Esse comércio já representa 7% do mercado de luxo.

Segundo a pesquisa, 44% do clube dos ricaços avaliam a possibilidade de revenda de um objeto antes de comprá-lo, 34% vendem produtos de luxo usados e 26% compram. Entre os favoritos, estão as bolsas de designers famosos ou edições limitadas de algum acessório ou roupa.

As bolsas Alexandre McQueen, com preços a partir de US$ 2.100 ou R$ 4.500, estão no topo da lista de compras de segunda mão. Sapatos Gucci, preço médio de US$ 800 (R$ 3.100), blusas e saias Miu Miu (a partir de R$ 550) também fazem sucesso. Uma bolsa Dior usada chega a custar R$ 90 mil. A maior parte das compras (80%) são feitas online.

A especialista em mercado de luxo, Manu Berger, afirma que as revendas sempre fizeram parte da vida dos milionários, com leilões de bens considerados valiosos, monetária e culturalmente (obras de artes, coleções). Mas agora as motivações são diferentes.

“Temáticas como a sustentabilidade e a importância do compartilhamento, por exemplo, ganharam muito espaço em todas as esferas sociais, inclusive no segmento de alto padrão. Neste mercado, quem decide comprar ou vender um produto de alto valor pode, é claro, levar em consideração a questão financeira. Mas essencialmente existe uma série de outros fatores que também pesam nessa análise”, avalia.

Sites e perfis de redes sociais se especializam nesse tipo de mediação entre compradores e vendedores. No Brasil, tem o Enjoei.com.br, que possui seções onde famosas vendem seus objetos. Na aba da modelo Adriane Galisteu, ela vende um par de sapatos Gucci por R$ 500. Mas o acervo do portal é cheinho de Louboutin, Prada e outros produtos de estilistas renomados.

Há ainda páginas internacionais como a Vestiaire Collective, que tem de tudo, e a Vide Dressing, com perfil de alta costura e fashionista.

Aluguel de tudo que é chique

Alugar é só pra quem não pode comprar? Na verdade, não. A escolha pelo aluguel tem se tornado cada vez mais comum entre os milionários e até bilionários. Há uma indústria crescente de aluguel de casas, carros e barcos de luxo.

“Quem se interessa por bens de luxo, como é o caso dos iates e carros, e tem poder aquisitivo para usufruir de seus benefícios, vem percebendo que a ideia de compartilhamento se tornou interessante, pois reduz a produção, o consumo e democratiza o acesso a um número maior de pessoas”, afirma Manu.

As “assinaturas de carro” estão cada dia mais comuns e tem Mercedes e outras opções de luxo nos estoques, que custam cerca de R$ 6 mil por mês. Em Cingapura, uma dessas “Netflix” de carros, a Carro (é o nome da empresa) deixa o cliente trocar de modelos de Ferrari e Porsche a depender da vontade e do humor.

No Brasil, o mercado de iates de alto padrão não é tão proeminente como em outros países. Mas já se encontra sites que alugam bolsas e roupas de estilistas famosos, como os sites BoBags, RentBela e BagMe. Por exemplo, uma bolsinha tipo clutch da Prada custa R$ 194 por quatro dias de aluguel.

Também para casas, há mansões e apartamentos completos, mobiliados para quem pode pagar R$ 35 mil de aluguel por mês ter a flexibilidade de mudar de endereço sem a dor de cabeça de vender e revender imóveis, um ativo com baixíssima liquidez.

Por R$ 30 mil, dá para alugar um apartamento de 346 m², com quatro suítes e cinco vagas de garagem no bairro Moema, região nobre de São Paulo. Com R$ 75 mil por mês, é possível morar numa mansão de 860 m², quatro suítes, seis quartos, piscina, espaço fitness, sauna, espaço zen com ofurô e atelier.


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