02/06/2019 às 23h47min - Atualizada em 02/06/2019 às 23h47min

Paulo Ricardo lamenta morte de integrante do RPM: 'Grande irmão'

Cantor lamentou o falecimento de seu amigo, o baterista do RPM, Paulo Pagni.

Uma triste notícia pegou os fãs da famosa banda RPM de surpresa, neste domingo, dia 02! O baterista da banda, Paulo Pagni faleceu aos 61 anos de idade.

No Instagram, o cantor Paulo Ricardo fez um texto emocionante lamentando a morte do baterista. No post, o ex-líder da banda relembrou histórias de trabalho e revelou que ele levava uma vida simples.

“Paulo Antônio Figueiredo Pagni, o PA, personificou como ninguém o espírito do Rock’n’roll. Intenso, incansável, onipotente, superlativo, um super-herói sem superpoderes, um garoto inquieto que quando conheci tocava em nada menos que cinco bandas. Nos primeiros ensaios decidimos batizá-lo de PA, pois quando alguém chamava “Paulo!”, ambos respondíamos.”

“Como Obelix, personagem de quadrinhos francês, parceiro de Asterix, de Uderzo e Goscinny que quando bebê caiu no caldeirão da poção mágica do druida Panoramix, nada parecia afetá-lo. Tudo ao mesmo tempo agora. Filho único e temporão de Orestes e Aparecida, era incrivelmente musical e poderia ter escolhido qualquer outro instrumento mas sem dúvida a bateria foi a escolha perfeita pra canalizar tanta energia.”

“Desde o começo ficamos muito amigos e dividimos muitas viagens e quartos de hotéis. Quase morreu de pancreatite durante nossa viagem a Los Angeles em 1988 para mixar o CD Quatro Coiotes mas felizmente consegui interná-lo a tempo no hospital Cedars-Sinai e ele escapou com sequelas que o obrigaram a pegar mais leve a partir dali. Geminiano, depois do fim do RPM tocou com muita gente e formou bandas que iam do heavy metal, como o MAPA, até o reggae e a MPB, como o Tchucbanjionis, e dividia seu tempo entre o estúdio Santuário e seus incontáveis sheep dogs.”

“Com a morte de seus pais ficou praticamente sozinho, sem filhos ou mulher que o pusesse na linha, e trocou a casa no Ibirapuera por um sitio em Araçariguama onde vivia cercado de animais como um dr. Doolittle tupiniquim. Ainda trabalhamos juntos no projeto indie PR5 e em 2011 o RPM voltou para seu último trabalho, o CD e a turnê Elektra, que se encerrou em 17 de março de 2017 no cruzeiro Energia na Véia, e por um capricho do destino foi ali, no palco, a última vez que nos veríamos.”

“Fica a lembrança de um grande irmão, grande baterista, de enorme musicalidade, amante da natureza e dos animais e sem dúvida nenhuma um dos caras mais Rock’n’roll que o Brasil já conheceu, e que deve ser lembrado assim, em sua melhor forma, como nessa foto nos camarins do meu show no Rock in Rio II, em janeiro de 1991, no Maracanã. Descanse em paz, Gnomo, na mágica floresta do rock”, finalizou ele.

 


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Primeiras Notícias Publicidade 1200x90