10/03/2019 às 17h11min - Atualizada em 10/03/2019 às 17h11min

Avião cai na Etiópia e deixa 157 mortos

Aeronave caiu 6 minutos após decolar neste domingo com destino a Nairobi, no Quênia; não havia brasileiros entre os passageiros, segundo o Itamaraty.

Local onde caiu avião na Etiópia ; acidente deixou 157 mortos, segundo a Ethiopian Airlines — Foto: Tiksa Negeri/Reuters

Um avião da Ethiopian Airlines, que voava da capital da Etiópia, Adis Abeba, para Nairobi, no Quênia, caiu neste domingo (10) com 157 pessoas a bordo. Não há sobreviventes, e as causas do acidente ainda são desconhecidas.

O Boeing 737 MAX 8 caiu perto da cidade de Bishoftu, 62 km a sudeste de Adis Abeba. “O piloto mencionou que teve dificuldades e que queria voltar [a Adis Abeba]”, afirmou o presidente da companhia aérea, Tewolde Gebremariam Medhin. Os controladores, então, "autorizaram-no" a dar meia-volta e retornar.

O que se sabe até agora:

  • O voo ET 302 da Ethiopian Airlines perdeu contato 6 minutos após decolar;
  • A aeronave, um Boeing 737 MAX 8, com registro ET-AVJ, decolou às 8h44 (horário local);
  • 157 pessoas estavam a bordo do avião, sendo 149 passageiros e 8 tripulantes;
  • Piloto relatou dificuldades técnicas e foi autorizado a retornar;
  • Segundo a companhia aérea, não há sobreviventes;
  • Passageiros de mais de 30 países estavam a bordo (não havia brasileiros);
  • A aeronave adquirida pela Ethiopian Airlines em novembro não tinha registro de problemas técnicos, e o piloto tinha um "excelente" registro de voo, afirmou o presidente da companhia;
  • Modelo do avião era o mesmo que caiu na Indonésia em 2018.

"Nós recebemos o avião em 15 de novembro de 2018. Ele voou mais de 1,2 mil horas. Havia voado de Joanesburgo [na África do Sul] mais cedo esta manhã", afirmou o CEO da Ethiopian Airlines. O piloto tinha mais de 8 mil horas de voo, disseram autoridades da companhia em conferência de imprensa.

O avião levava 149 passageiros e 8 tripulantes. Segundo lista divulgada pela companhia, havia passageiros de mais de 30 nacionalidades diferentes. Havia quenianos, etíopes, norte-americanos, canadenses, franceses, chineses, egípcios, suecos, britânicos, holandeses, indianos, eslovacos, austríacos, suecos, russos, marroquinos, espanhóis, poloneses e israelenses.

Em nota, o Itamaraty informou que "não foram identificados brasileiros na lista de passageiros".

"O mais afetado, como vocês devem imaginar, é o Quênia, com 32 passageiros a bordo dos 149", afirmou o ministro dos transportes queniano, James Macharia, em entrevista coletiva.

Dados da rede Flightradar24 ADS-B mostraram que a velocidade vertical da aeronave ficou instável depois da decolagem. As causas do acidente estão sendo investigadas pela Ecaa, sigla em inglês para autoridade etíope de aviação civil.

O NTSB (conselho nacional de segurança nos transportes, órgão responsável por investigar acidentes aéreos nos EUA) informou que enviará uma equipe para auxiliar a autoridade etíope.

A possibilidade de se tratar de um ataque terrorista chegou a ser cogitada, mas foi descartada pelas autoridades em seguida. A agência France Presse destaca que as condições meteorológicas eram boas neste na manhã deste domingo na capital etíope.

Engenheiro aeronáutico comenta acidente aéreo na Etiópia

Em entrevista à Globonews, o engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medeiros, professor da Poli/USP, apontou que "é muito cedo para dizer qualquer coisa sobre a causa do acidente". "Pode ter acontecido alguma falha no motor, não se sabe", disse ele, mas destacou que o aeroporto do qual o avião decolou "fica numa região muito envolvida por montanhas".

Vítimas

No aeroporto de Nairóbi, no Quênia, muitos parentes de passageiros estavam esperando no portão, sem informações das autoridades aeroportuárias. Autoridades da companhia disseram que montaram centros de emergência em Nairobi e no aeroporto de Adis Abeba para atender aos familiares das vítimas.

"Estamos apenas esperando pela minha mãe. Só estamos esperando que ela tenha pegado um voo diferente ou esteja atrasada. Ela não está atendendo o telefone", disse Wendy Otieno à agência de notícias Reuters, segurando o telefone e chorando.

Parentes de passageiros que estavam no avião que caiu na Etiópia deixam centro de informações no aeroporto de Nairóbi, no Quênia — Foto: Baz Ratner/Reuters

Robert Mutanda, de 46 anos, esperava que seu cunhado viesse do Canadá. "Não, nós não vimos ninguém da companhia aérea ou do aeroporto", disse ele também à Reuters, mais de três horas após a perda de contato com o voo. "Ninguém nos disse nada, estamos apenas aqui esperando o melhor."

O escritório do primeiro-ministro etíope, Aby Ahmed enviou condolências aos familiares em mensagem postada no Twitter.

Acidente com avião na Etiópia deixa 157 mortos

A companhia

A Ethiopian Airlines é uma empresa estatal etíope, e uma das maiores transportadoras do continente em tamanho de frota. Sua frota tem mais de 100 aeronaves. No ano passado, transportou 10,6 milhões de passageiros. A Boeing, empresa que construiu o avião, disse no Twitter que está "monitorando a situação de perto". A FAA, autoridade americana de aviação, informou estar

A aeronave 737 Max-8 é um modelo relativamente novo, que começou a operar em 2017. Foi adicionado à frota da Ethiopian Airlines no ano passado. Outro avião do mesmo modelo esteve envolvido em um acidente 5 meses atrás, quando um avião da Lion Air caiu no mar próximo à Indonésia com 189 pessoas a bordo.

A Ethiopian Airlines tem voos para muitos destinos na África, o que a torna uma empresa popular em um continente onde muitas companhias fazem voos apenas de seus países para destinos fora da África.

Ela tem um boa reputação em relação à segurança, apesar de um de seus aviões ter caído em 2010 no Mar Mediterrâneo logo após deixar da cidade de Beirute, no Líbano. O incidente matou as 90 que estavam a bordo.

 


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