31/01/2019 às 20h35min - Atualizada em 31/01/2019 às 20h35min

Número de mortos chega a 110 em Brumadinho; 238 continuam desaparecidos

Imagem: Divulgação/Forças de Defesa de Israel

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, nesta quinta-feira (31), que 110 pessoas morreram por conta da queda da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho (MG). Os oficiais ainda disseram que 238 pessoas permanecem desaparecidas, e 108 pessoas estão desabrigadas. 

O tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, afirmou que os corpos retirados da lama até agora estavam em áreas superficiais, e que o próximo passo é iniciar as buscas em locais mais profundos. "O processo agora vai demandar mais trabalho, vai ser mais minucioso. Vamos ter que fazer escavações", afirmou Aihara.

O delegado da Polícia Civil, Arlen Bahia, confirmou que 71 corpos já foram identificados pelo Instituto Médico Legal. Destes, 60 foram entregues às respectivas famílias, e 11 estão sendo avaliados pelo instituto. Por conta das condições dos corpos, o IML utilizará mais as técnicas de avaliação de arcada dentária e de DNA das vítimas. 

O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil de Minas Gerais, destacou também a condição das águas na região. Ele descartou que as cidades vizinhas a Brumadinho fiquem desabastecidas.
 O governo de Minas Gerais divulgou na manhã desta quinta (31) uma nota onde afirma que a água está contaminada e não deve ser consumida em sua "forma bruta". 

A única ressalva feita por Godinho é em relação às pessoas que captam água do rio Paraopeba de forma autônoma, como a população ribeirinha. "Essas pessoas já foram identificadas, e 50 caminhões-pipa, com 20 mil litros de água potável cada, serão entregues a essas pessoas", afirmou Godinho.

Segundo Godinho, há pelo menos 40 técnicos fazendo um monitoramento para verificar se todas as pessoas receberam a água potável. 

O governo de Minas Gerais ainda não tem "clareza" para evitar novos rompimentos de barragens atualmente, afirmou o vice-governador Paulo Brant (Novo) nesta quinta-feira (31). A declaração foi dada após reunião dele com o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), no Palácio do Planalto. 

"Nós vamos aprender com esse episódio, com certeza. Clareza absoluta [para evitar novos episódios], não, mas estamos aprendendo. A gente está estudando, avaliando, né?", declarou Brant ao ser questionado se o governo estadual tem conhecimento do que é preciso ser feito para se evitar novas tragédias como as das minas da Vale em Brumadinho e da Samarco - da qual a Vale é uma das integrantes - em Mariana.

Brant afirmou que a ação de resgate e busca de corpos "correu bem" na medida do possível e que não houve falta de recursos humanos, alimentos nem apoio logístico. "Tudo o que tinha que ser feito foi feito", defendeu.

Segundo o vice-governador, todas as barragens a montante - mesmo modelo das que se romperam em Brumadinho e Mariana - em Minas Gerais serão vistoriadas com a ajuda do governo federal. Na terça (29), ministros de Estado anunciaram que a União vai focalizar a fiscalização em 3,3 mil barragens classificadas como de alto risco pelo país.

Após reunião com integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens nesta quinta-feira (31), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, cobrou que a Vale não espere a atuação da Justiça para reparar os danos ambientais e fornecer assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho (MG), na última sexta (25).

Segundo Dodge, é preciso que as mineradoras assumam "um compromisso" pela segurança nas barragens e para que a reparação dos danos e assistência às vítimas seja feita prontamente, sem que as ações dependam de decisões judiciais. 

"As empresas que exploram essa atividade econômica precisam assumir de forma muito séria o compromisso de zelar diuturnamente pela higidez de cada uma das barragens para que elas não se rompam, para que novas vítimas não sejam atingidas", afirmou.

UOL

 


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