A comunicação entre gringos e locais se dá das maneiras mais incríveis, quase sempre no gestual. Lembra muito as conversas dos surdos mudos. E isso foi ponto de discussão entre meus informantes. Depois que acabou a temporada dos gringos, Ivan indagou a Sidney (um gaúcho que se diz operador do ramo de comida orgânica e molecular, mas que na verdade vende sanduiches naturais) se já não era hora deles aprenderem alguma língua; inglês, francês ou mesmo espanhol. Ao que o outro replicou: “- E de que adianta, tchê? Esses gringos sabem todas essas línguas, e adiantou de alguma coisa? A gente ficou sem entender do mesmo jeito”. Ivan suspirou: “- Eu devia ter nascido nos Estados Unidos, porque agora já estaria sabendo falar duas línguas, português que eu já sei, e inglês, porque tinha aprendido quando era pequenininho morando lá”.
De qualquer maneira as histórias ficaram. O casal de franceses em lua de mel fumava maconha à beira mar todas as tardes. Meus amigos estavam espantados. Perguntei a razão, e eles me confessaram que fumar maconha ali era comum, mas dois homens se beijando na boca era novidade.
E o japonês, hem? Meus amigos resolveram gozar com o nipônico. Valmir, que vende folhetos de cordel, estava irritado porque não conseguira vender nada ao Xingling. Perguntou-lhe se era verdade que o...como direi..., o seu órgão reprodutor era bem pequeno. O japonês fez cara de envergonhado e devolveu: “- Ah, senhor me desculpa. Mas deve ter sido sua esposa que lhe contou?”.
Bem feito!