26/07/2017 às 21h11min - Atualizada em 26/07/2017 às 21h11min

Staff da ex-prefeita Tatiana Lundgren é investigado por corrupção no Conde

Blog do Suetoni
Tatiana Lundgren teria comandado um esquema de corrupção na prefeitura do Conde. Foto: Divulgação
Todo o staff político da ex-prefeita Tatiana Lundgren está no centro de uma investigação do Ministério Público da Paraíba sobre desvio e ocultação de recursos públicos. Autorizada pela Justiça, uma operação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil realizou buscas e apreensões na cidade de Conde e João Pessoa. A ex-secretária de Finanças do Conde, Andrea Soares da Silva, foi conduzida coercitivamente na manhã desta quarta-feira (26). Uma entrevista coletiva foi convocada para as 9h30 desta quarta para dar mais detalhes sobre a operação desencadeada nas primeiras horas da manhã.

As investigações do Ministério Público da Paraíba foram iniciadas há mais de um ano e revelaram fortes indícios do funcionamento de uma organização criminosa arraigada na prefeitura do Conde. Foram detectados fortes indícios de desvio e apropriação de recursos públicos, lavagem de dinheiro, corrupção, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, entre outros tantos crimes praticados pelos requeridos. A apuração demonstrou que, apesar do funcionamento anárquico da quadrilha, havia o comando da então prefeita da cidade, mediante o pagamento de comissão pelas operações criminosas.

As investigações apontaram efetiva participação no esquema de nove pessoas. Além da Tatiana, a lista apresenta como uma das cabeças do esquema Andréa Soares da Silva, então secretária de Finanças. São relacionados também o ex-assessor e braço direito da prefeita, Vailson Oliveira do Nascimento, que chegou a ser preso no ano passado com base em outra denúncia. Os outros membros relacionados são Waleska dos Santos Perônico, secretária de Tatiana; Clóvis Marinho Falcão Leal, servidor público; Clodoaldo Fernandes, servidor público; Hildebrando Fernandes, servidor público; Alex Martins da Silva, policial militar e marido de Tatiana, e Francisco Cavalcanti Gomes, sub-procurador da prefeitura, cada um exercendo importância e relevo na suposta empresa criminosa. Todos, segundo indica a apuração orbitando a ex-prefeita da cidade.

Empresas

De acordo com as investigações, ficou bem delineado que houve uma repartição de áreas ou setores da administração entre os demais membros, que atuam com certa autonomia. Ficou evidenciado, também, que o grupo teria se valido inúmeras empresas para fraudar processos de contratação e pagamento. As empresas investigadas no processo eram FILO-TUR, JM AUTO PEÇAS, J.G.S EMPREENDIMENTOS E CONSTRUÇÕES LTDA, C S C CONSTRUTORA SANTA CECILIA LTDA, PLANFORTE, e A.J.S PAVIMENTAÇÃO DE ESTRADAS E CONSTRUÇÕES LTDA – EPP. Outras empresas ainda estão sendo investigadas. Foram encontrados indícios de fornecimento de notas fiscais para justificar serviços contratados por uma empresa, mas executados por outra.

A apuração demonstrou, também, que alguns dos suspeitos apresentaram patrimônios incompatíveis com a renda e que eram registrados em nome de laranjas. A secretária Andréa Soares da Silva chamou a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que emitiu alerta. Ela teria depositado, em espécie, no dia 06/01/2016, a quantia de R$ 224.098,00 em conta bancária da Caixa Econômica Federal, a qual está cadastrada em nome da empresa ECOMAX, uma quantia expressiva totalmente em descompasso com seu perfil financeiro.

O marido da ex-prefeita, Alex Martins da Silva, é policial militar e ostenta patrimônio incompatível com a renda dele. As investigações apontaram a posse de uma verdadeira frota de veículos de luxo. O carro de passeio dele, por exemplo, é uma Land Rover, avaliada em R$ 176 mil.


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